BOLA MESMO REDONDA

NO FUTEBOL TODAS AS VERDADES SÃO DISCUTÍVEIS...ATÉ PORQUE A BOLA NEM SEMPRE FOI MESMO REDONDA...



COMPRAR OU ADQUIRIR?

O Agosto chegou ao fim e o mercado de transferências também. Até Dezembro decorre uma primeira avaliação do produto, ou seja, da qualidade das contratações realizadas e por inerência do processo de recrutamento.

O processo de recrutamento de jogadores, matéria-prima da indústria do futebol, desenrola-se por via da formação ou da aquisição/ empréstimo.

O processo de formação decorre segundo duas vertentes, que denominamos como: Formação Geral e a Formação Especifica.

A Formação Geral, promove a produção de jogadores, não se encontrado este processo associado a uma concepção, filosofia de jogo, verificando-se o surgimento do jogadores quase que de forma aleatória, embora conhecedores do Jogo.

O Sporting, é um claro exemplo de um clube formador desta natureza. Com ciclos onde predominou o surgimento dos extremos/médios laterais na primeira equipa (Figo; Porfírio; Simão Quaresma; Ronaldo; Nani), seguindo-se depois uma fase onde predominaram os médios centrais, mais ou menos ofensivos (Hugo Viana; Carlos Martins; Moutinho; Veloso; André Santos). É uma formação que embora meritória, é quase aleatória, não sendo visível uma sequencialidade no tipo de jogadores que chegam à equipa sénior.

A Formação Especifica, desenvolve-se em referência a uma concepção de jogo preconizada, expressa pelo Modelo de Jogo, podendo apontar-se como exemplo, o Auxerre, o Ajax ou o Barcelona, que é o expoente máximo de um clube formador de um Modelo de Jogador, com base num Modelo de Jogo, através de um Modelo de treino.

Os jogadores que sucessivamente surgem na primeira equipa numa dada posição são “parecidos”, com outros que por já lá passaram: Posição 6 (Guardiola, Busquets, Oriol); Defesa Central (Puyol, Piquet, Batra); Médio Central (Xavi, Thiago Alcantra; Fabregas; Iniesta).

No que diz respeito à aquisição de jogadores, definimos dois tipos. A Aquisição Formativa e a Efectiva.

No caso da Aquisição Efectiva, o jogador recrutado é um elemento credenciado, cujo rendimento se espera que se já imediato. Este processo pode ser desenvolvido de forma massiva, como se verificou em equipas como o Manchester City, o PSG ou no Málaga. Ou de forma mais cirúrgica, como a aquisição de Asheley Young pelo Manchester United ou Alexis Sanches no Barcelona.

A Aquisição Formativa, centra-se em jovens talentos, tendo em vista a sua formação, com o intuito de os manter na equipa durante vários (Manchester United, Bayern Munique, Arsenal) ou com o objectivo de os vender após um ciclo de 3, 4 anos no clube (Porto, Lyon, Udinese).

No âmbito da Aquisição Formativa, a consistência de resultados assume um papel determinante. Numa primeira fase, possibilita a integração gradual dos jovens na equipa, em virtude da estabilidade que confere. Por outro lado, no que diz respeito à vertente económica, confere visibilidade e possibilita a valorização destes activos permitindo a venda por valores muito superiores ao investido.

O Modelo de Jogo, assume também no processo de aquisição de jogadores um papel determinante. A história mais ou menos recente tem confirmado, que a existência de dinheiro em abundância, apesar de ajudar, não é sinónimo de sucesso. O Chelsea pré Mourinho ou Manchester City são exemplos disso. Inclusive, os Blues de Manchester têm dispensado jogadores que alguns meses antes custaram milhões, Adebayor é um exemplo.

O Manchester United no seio da Aquisição Formativa, não sendo o único caso de sucesso, assume papel de liderança nesta matéria. Ao longo de várias épocas assiste-se à contratação de jovens jogadores, que vão entrando na equipa gradualmente, fixando-se por vários anos. Numa época em terminaram Van der Sar, Neville e Scholes e em que após várias épocas na equipa saíram O` Shea, Wes Brown, o campeão Inglês investiu em De Gea (20 anos), P. Jones (19 anos), Cleverly (22 anos) e nos regressos de Welbeck (20 anos) e de Macheda (20 anos). P. Jones, Cleverly e Smalling (21 anos), que chegou o ano passado, estão na convocatória de Capello. E Wellbeck com dois golos nas duas primeiras jornadas não está porque se lesionou.

Olhando para o Barça e Man Utd, em comum têm uma concepção de jogo, segundo a qual se orientam todos os procedimentos que norteiam a sua acção enquanto clubes de futebol.

Talvez seja por isso que é mais fácil encontrar aquilo que se procura, quando se sabe o que se quer encontrar. Talvez seja por isso, que ali a bola é mais redonda….

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