Depois de Emerson e Capdevilla, de
Melgarejo e Luisinho, chega agora Bruno Cortez, a quinta contratação para a
lateral esquerda da linha defensiva encarnada desde a saída de Fábio Coentrão.
A ideia de jogo de Jesus sob o
ponto de vista ofensivo assenta na verticalidade e na objectividade do
processo. Pelo que numa equipa que passa mais tempo a atacar, como o próprio já
afirmou, para a posição em causa mais do que um defesa, preconiza um lateral.
Com excepção do ano
pós-Coentrão, é nesse sentido que as opções de mercado têm incidido. Procura
jogadores que sejam rápidos na condução de bola, fortes no 1x1 no último terço
e nas combinações directas e indirectas. Quase que se pode dizer, que mais do
que um lateral esquerdo, opta por um segundo médio/extremo.
A opção por laterais em
detrimento de defesas, tem obviamente implicações na organização de jogo de uma
equipa, face à exposição defensiva que as sucessivas subidas dos primeiros pode
provocar em caso de perda da posse de bola. Uma das contra medidas mais
utilizadas e também das mais fáceis de operacionalizar, consiste no
estabelecimento da subida alternada dos defesas laterais, contando com o
equilíbrio do trinco/médio defensivo. Mourinho simplifica ainda mais e opta por
um defesa (Ivanovic) e por um defesa lateral (Ashley Cole), para cada uma das
laterais, com um dos médios centro em cobertura sobre o lado esquerdo e o outro
na zona central do meio campo.
No Porto estão os dois melhores
defesas laterais do campeonato! Quando chegaram, tal como é natural nos
jogadores oriundos do campeonato brasileiro, vinham mais como laterais do que
como defesas. No entanto, o jogo interior do meio campo portista nunca os
deixou desamparados. Hoje desempenham ambas as funções com qualidade, embora a
de lateral confira maior visibilidade, sendo de assinalar a evolução de Alex
Sandro enquanto defesa.
A opção de jogo de Paulo
Fonseca sob o ponto de vista estrutural, contempla uma dupla de médios centro
lado a lado em detrimento da opção por um único jogador (Fernando). Com esta
opção, procurará o técnico portista conferir maior protagonismo ofensivo aos
seus defesas laterais, assumindo-se os médios centro como elementos de
cobertura e de equilíbrio da equipa?
No caso do Benfica, coloca-se a questão sobre o que será mais produtivo,
eficiente. Promover o desenvolvimento defensivo de Bruno Cortez? Ou criar na
organização de jogo da equipa princípios equilibradores e simultaneamente
potenciadores da acção do ex-São Paulo, para além dos conferidos por Matić?
Aguardemos então pelo culminar da pré-temporada e pelos indícios que esta nos
for dando.