Com o aproximar do fim da época, a palavra
continuidade é das mais proferidas, seja em relação a jogadores, a treinadores
ou às políticas desportivas. Ao analisarmos os clubes com maior sucesso
desportivo, facilmente constatamos que a presença do elemento continuidade, é
algo em comum.
O Paços de Ferreira, tem
assegurado o seu desenvolvimento com base na continuidade de uma política
desportiva no âmbito do recrutamento de jogadores e de treinadores (Rui
Vitória, Paulo Fonseca) que elevaram a qualidade de jogo para além do esforço e
da entrega que caracterizou o clube, nomeadamente durante a vigência de José
Mota. Na próxima época será difícil garantir a continuidade dos resultados
desportivos alcançados, do treinador e de alguns jogadores. Mas certamente, que
será dada continuidade à politica desportiva, reiniciando-se outro ciclo.
O Estoril é outro dos casos de
sucesso desta época, onde a presença da continuidade se faz sentir. Numa
análise meramente cartesiana, a afirmação anterior é facilmente comprovada se
tivermos em linha de conta que no onze base da equipa apenas Luís Leal,
Carlitos e Evandro não faziam parte da equipa na época anterior, mas só o
último estava no clube pela primeira vez. O treinador também era o mesmo e a
ideia de jogo teve continuidade ao longo da época e foi evoluindo, com
adaptações estratégicas que nunca descaracterizaram a identidade da equipa.
Fica a curiosidade sobre o que poderá fazer o clube da linha na próxima época.
Tal como o Belenenses, que segue um trajecto algo semelhante, dentro e fora do
campo.
No Benfica, apela-se à
continuidade de Jesus, face à época realizada, considerando-se que essa
condição é um dos factores que conduzirá o clube ao patamar seguinte: vencer
competições em vez de as disputar até ao fim.
Por outro lado, no campeão
nacional, e que continua a dominar a conquista de troféus nacionais e a ser
presença regular nas últimas fases de competições europeias, há duas épocas
atrás aquando da saída de Vilas Boas e a entrada de Vítor Pereira falou-se em continuidade e na sua importância para a evolução de
jogo da equipa. Lançou-se o debate táctico, sobre a evolução de Fernando de
médio equilibrador/recuperador, adquirindo também a capacidade de construir,
bem como a migração de James da faixa para a posição 10, assumindo o 1-4-3-3
uma maior flexibilidade.
Desta vez, não se prevê a
continuidade do seu treinador e muito provavelmente de alguns jogadores-chave.
No entanto, a cultura de vitória e de jogo estão de tal forma embutidas nos
alicerces do clube, que assumem uma dimensão que inibe o surgimento da
descontinuidade. Neste cenário, provavelmente iniciar-se-à um novo ciclo. Mas
na continuidade dos anteriores.A continuidade é um elemento fundamental para
que haja evolução, embora por si não seja um garante para que tal se verifique.
Mau na continuidade é ausência de evolução porque conduz à estagnação, ou pior
ainda à continuidade do erro, sendo o Sporting o melhor exemplo nesta matéria.
Aguardemos então pelo desenrolar dos próximos capítulos e da bola...mesmo redonda.
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