Há algumas semanas atrás estabeleceu-se a
polémica na Fórmula 1, nomeadamente após o Grande Prémio da Grã-Bretanha, em
virtude dos sucessivos rebentamentos de pneus, com os pilotos a reclamarem
falta de segurança e a exigirem a intervenção da marca fornecedora.
Apesar de não serem usados no
futebol, neste também existem situações cuja consequência é semelhante ao
rebentamento de um pneu, que em último caso pode levar ao despiste do carro, da
equipa.
É comum dizer-se que o
guarda-redes, o defesa central, médio e avançado, são elementos em torno dos
quais se constrói a equipa. Tantos como os pneus de um carro!
É também do senso comum, que a
função primária de um defesa é defender, pelo que deve possuir características
tais como: bom sentido posicional, ser forte nos duelos defensivos, agilidade
no corte, capacidade de jogo aéreo, leitura de jogo para a intercepção,
velocidade de deslocamento para recuperar defensivamente, quando ultrapassado.
É também previsível que determinadas
combinações sejam pura e simplesmente impraticáveis. Se o modelo de jogo
preconizar uma defesa subida, será difícil para um defesa com reduzida
velocidade de deslocamento ter sucesso, ser eficaz na sua acção quando a bola
lhe for metida nas costas, por muito bom que seja o seu posicionamento ou a sua
intervenção defensiva no 1x1.
Esta praticabilidade da equação agudiza-se ainda mais, se considerarmos que a concepção de jogo estabelecida exige a participação do defesa na construção do processo ofensivo e este revela dificuldades na relação com a bola.
A forma como os objetivos
defensivos são concretizados variam com o modelo de jogo definido pelo
treinador e dependem das características do jogador, do que ele tem para
oferecer. Pelo que não basta ter um pneu, leia-se jogador com características
para a posição, é preciso selecionar um pneu adequado às condições do terreno
(molhado, seco, duro, macio), ou seja, à concepção de jogo. Caso as condições financeiras
não permitam a aquisição do jogador, torna-se óbvio que é necessário escolher o
tipo de piso, concepção de jogo mais adequada às circunstâncias.
Apesar de ser óbvia, a
combinação do pneu/tipo de traçado, jogador/concepção de jogo, nem sempre é fácil!
Mas quando tal não se verifica, mais cedo ou mais tarde, ocorre o inevitável,
ou se quisermos, o óbvio! O pneu rebenta e o carro despista-se! Tal como os pneus, bolas mesmo redondas são aconselháveis....
Sem comentários:
Enviar um comentário