BOLA MESMO REDONDA

NO FUTEBOL TODAS AS VERDADES SÃO DISCUTÍVEIS...ATÉ PORQUE A BOLA NEM SEMPRE FOI MESMO REDONDA...



MAIS AUSTERIDADE?


No próximo sábado, a Alemanha poderá impor-nos mais austeridade…. Efetivamente a seleção alemã é uma das equipas mais fortes do europeu, com um conjunto de jogadores jovens, com enorme qualidade e com experiencia internacional, na seleção e nos seus clubes.

 Se há algo que caraterize o povo alemão é a organização e a sua equipa de futebol não foge á regra. Ofensivamente, privilegia um futebol objetivo, em progressão, com segurança no passe e assente em sucessivas desmarcações para passes de rutura  no último terço ou para cruzamento para a área. Defensivamente, procura ter as linhas juntas. Não conseguindo a recuperação da bola terço ofensivo, recua assumindo um bloco médio, por vezes médio/baixo.

 Dispõe-se quase sempre com uma linha de 4 defesas á frente de Neuer. Lahm é indiscutível em qualquer uma das laterais, conferindo segurança defensiva, profundidade e largura ofensiva, embora o faça melhor na direita do que na esquerda. O outro lateral, por norma, mais defesa, sendo Boateng opção para a direita, enquanto que na esquerda a opção recai em Badstuber, embora tal implique o seu desvio do zona central. No meio da defesa, para além do central do Bayern, a opção alterna entre Hummels e Mertesacker. Este, forte no jogo aéreo e apesar do bom sentido posicional, revela dificuldades nas bolas metidas nas costas e possui menor capacidade para participar na construção do jogo ofensivo que o central do Dortmund.

O meio campo é composto por 3 jogadores, tendo duas versões e como campo de recrutamento 4 jogadores: Schweinsteiger; Kroos; Khendira; Ozil. A versão mais ofensiva não contempla Kroos. A menos ofensiva desvia Ozil para a faixa esquerda, entrando Kroos para zona central. Nestes 4,a equipa tem a sua âncora por via da capacidade de passe, na construção e na criação e de chegada à área para finalizar dentro, fora, de pé e cabeça. Como aspeto a explorar, o fato de nenhum deles ser posicional na zona do meio campo, o que por vezes coloca dificuldades à equipa na transição ataque defesa, quando o adversário rompe a primeira barreira de pressão no setor ofensivo, expondo os centrais às sua debelidades, com Mertesacker no topo.



Na frente Gomez ou Klose, dois finalizadores que não precisam de muito de espaço, nem de muitas oportunidades para fazer aquilo que decide os jogos. Nas faixas, Muller e Podolski, para além da profundidade e largura, realizam também movimentos interiores, por norma em trocas com Ozil, criando situações de desequilíbrio no último terço, para além de finalizarem com qualidade.

  

 
Mesmo com 10 vitórias em 10 jogos na fase de qualificação, os alemães, apesar da enorme qualidade não são uma equipa perfeita. Através de uma transição defesa ataque apoiada e em progressão, chegando junto da baliza alemã, com a bola nos pés, sem possibilitar o estabelecimento do dispositivo defensivo do adversário e aproveitando a rudeza dos centrais alemães face a adversários rápidos e fortes tecnicamente, pode ser aberta uma via para o sucesso da seleção portuguesa. Outra alternativa, passa pela exploração das costas da linha defensiva, através de ruturas diagonais dos nossos alas e/ou verticais por parte dos médios, em especial Meireles, que tem um ótimo tempo de chegada e de finalização.

Austero será certamente, se forem cometidos erros no último terço, á imagem do ocorrido com a Turquia. Falta de qualidade na posse de bola e ausência de segurança na perda, privilegiando-se o último terço para tal,  ineficaz ocupação dos espaços e pressão suave no portador da bola, só nos trarão mais austeridade e não nos possilitará jogar com uma bola redonda.....  

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