BOLA MESMO REDONDA

NO FUTEBOL TODAS AS VERDADES SÃO DISCUTÍVEIS...ATÉ PORQUE A BOLA NEM SEMPRE FOI MESMO REDONDA...



GRELHA DE PARTIDA

As provas de fórmula um, são constituídas por 3 momentos: treinos livres, onde se fazem as afinações no carro para a prova; treinos cronometrados, onde se determina lugar de partida na grelha de partida; a prova propriamente dita, onde é encontrado o vencedor da prova.



Estabelecendo um paralelismo entre a fórmula um e o futebol, nesta altura as equipas encontram-se na fase dos treinos cronometrados. Considerando as 4 equipas (Porto; Benfica; Braga e Sporting) que eventualmente poderão lutar pelo título e tendo em consideração os treinos livres já realizados, ou seja, aquilo que cada um procurou fazer para consolidar os seus pontos fortes e subtrair os seus pontos fracos, as contratações e os jogos já realizados, perspetiva-se uma grelha de partida com a seguinte disposição: Porto e Benfica na primeira linha, com os campeões nacionais à frente e os Sporting`s na segunda.

A equipa azul e branca, solucionou dois dos três problemas que tinha na época passada. O treinador tem hoje a credibilidade e a confiança que não tinha há um ano atrás. Para a posição nove adquiriu Jackson Martinez, que apesar de ainda não ter marcado, revela pormenores muito interessantes, sendo que a afirmação de Kleber também é uma hipótese. Uma das questões que aparentemente não preocupa os responsáveis pela equipa azul e branca é a assunto dos médios para a zona central. O Porto terminou a época com 4 opções para três lugares, eventualmente cinco caso James fosse opção para a posição mais ofensiva do trio. Até á data fez regressar Castro, existindo a possibilidade de Moutinho poder sair. A saída de Hulk é outro aspeto que pode fragilizar a equipa, se bem que Atsu e Iturbe, a espaços, já manifestaram disponibilidade para o impossível, ou seja, substituir o Incrível.

No que diz respeito à matriz de jogo da equipa, esta mantém-se: Posse para construção em circulação, pressão no campo todo, com a linha defensiva subida e a equipa estruturada num 1:4:3:3, que com a entrada de James para posições interiores, partindo do corredor, pode trazer uma nova nuance ao funcionamento da equipa.

O Benfica, continua a apostar no estilo de jogo com pressão defensiva, em que após a recuperação da posse de bola, procura de imediato a progressão em direção à baliza adversária com um processo ofensivo que se desenrola sustentado numa circulação vertical e pouco elaborada, sempre em progressão e velocidade.

Ao nível da constituição do plantel, também não existem ruturas e entre os jogadores nucleares não se registam saídas, embora eventual a venda de Witsel possa por muito do jogo encarnado em causa. A concretizar-se a saída de Cardoso, poderia ocorrer um novo upgrade no jogo da equipa com adoção de dois avançados móveis, que se ligariam de forma diferente com médios dos corredores, sendo esta uma alternativa à conceção de jogo que tem sido adotada por Jesus, nas 3 épocas que leva como treinador na Luz.

No que diz respeito a debilidades, as existentes nas zonas laterais da defesa não foram colmatadas. Na direita a alternativa a Maxi é o ex-júnior João Cancelo, que apesar de se mostrar um jovem com muito potencial, fica a dúvida se será efetivamente uma alternativa ao uruguaio em caso de impedimento prolongado. Na lateral oposta, Melgarejo tem dado mais nas vistas, pela positiva, junto da área adversária do que junto da sua, sendo por isso mais lateral do que defesa esquerdo. Por outro lado, mesmo com o desvio de Bruno César para a zona central, as opções para zonas laterais são em quantidade e qualidade: Gaitan; Nólito; Olá John; Enzo Peres; Djaló; Sálvio….


O Braga parece apostar claramente na continuidade, como comprova o onze utilizado contra o Olympiakos. Apesar da entrada de um novo treinador, perdeu apenas Ewerton e ganhou Beto e Ruben Micael e por aquilo que se viu, continua apostar num bloco médio num processo ofensivo assente no ataque rápido e no jogo vertical, não se vislumbrando para já grandes alterações, colocando-se no entanto a hipótese da adoção de um meio campo em losango, com duas unidades no setor ofensivo. Vejamos se será ser mais consiste  e ser mais forte nos embates com so concorrentes diretos. A abrir tem logo um.

 Quanto ao Sporting, Sá Pinto, parece querer dar continuidade ao estilo implementado na época passada, assente na posse de bola para controlo do jogo, privilegiando a circulação desde trás, até conseguir o espaço para entrar no último terço adversário e criar situações de finalização. Nesse sentido, promoveu a remodelação da zona central da sua defesa, com a entrada de Boulahrouz e Rojo, dois centrais que possibilitarão que a linha defensiva jogue mais subida do que verificava no ano passado e com superior capacidade de passe, contribuiu para a circulação da bola pela última linha na fase construção do processo ofensivo, com a maior segurança. Esta característica, encontra-se igualmente presente nas zonas laterais do mesmo setor, nomeadamente com Cédric e Pjanic, que fruto da experiencia no meio campo, para além da capacidade de condução, que João Pereira e Insúa também disponibilizavam, possuem uma qualidade de passe bem acima da média relativamente aos jogadores que jogam nesta posição, para além de acerto na ação defensiva.
Na zona de meio campo, não existem dúvidas que jogarão 3 jogadores. Coloca-se a dúvida relativamente às opções: Rinaudo, Schaars e Elias ou entrada de Labyad  ou de outro jogador como médio mais ofensivo e saída de ….. A ausência de alternativa a Wolfswinkel, era uma das debilidades do plantel na época passada. Viola foi a opção escolhida, juntando-se a Rubio como segundos candidatos à posição nove, embora o argentino seja mais um avançado móvel do que um jogador de corredor central.

Aguardemos pois pelos treinos cronometrados, primeiros jogos oficiais, para ver quais as posições na grelha de partida. Sendo certo que um lugar na frente da grelha não determina quem chega primeiro à meta, pode no entanto aumentar as probabilidades para que tal aconteça….

1 comentário:

OFB disse...

Este post estará certamente presente na edição em livro, deste blog...

Relativamente a este artigo, por outras palavras...isto não é como começa, a pole position ajuda, mas se a equipa toda não contribuir ao longo da prova, dificilmente se alcança o pódio.

Com honra e orgulho, estreio os comentários, certamente nivelados por cima, como o autor bem merece!