Com o fim da pré temporada procuram-se as primeiras
conclusões sobre os novos jogadores e as eventuais novas dinâmicas das equipas.
Em Madrid, Mourinho inicia a terceira época no comando do
Real, o que até hoje só se verificou no Chelsea, com término logo em Setembro. O treinador português
já afirmou que a equipa irá manter o seu estilo de jogo, ou seja:
segurança na posse de bola, sem fazer dela um requisito para o seu jogo, que
sob o ponto de vista ofensivo é suportado pela objetividade através da procura
rápida da baliza adversária, quer na transição defesa ataque, quer em
construção, assente em processos simples, com sucessivas mudanças de
velocidade e do angulo de ataque. Defensivamente, organiza-se para pressionar
no terço ofensivo. Não conseguindo a recuperação da bola nessa zona, a equipa baixa
para a zona intermédia por forma a aproveitar o espaço nas costas da linha
defensiva adversária, para lançar os homens da frente.
É no âmbito da dinâmica do grupo que surgem sinais de
maiores alterações. Renovação do contrato com Di Maria, Abreloa e Albiol. Se os
dois primeiros são opções frequentes, o mesmo não se verifica com o central, no
entanto nenhum dos três, deixou de se mostrar reconhecido pelo contributo de
Mourinho para a sua evolução. No fim da época passada, conversa com Higuain e
manutenção deste de corpo e alma em Madrid. Ao mesmo tempo elogia Benzema pela
sua evolução e defende Coentrão e Khedira das vozes mais críticas. Deixa nas
mãos Káka a decisão sobre a sua continuidade em Madrid, assumindo que o
brasileiro não é imprescindível mas que também não dispensável, podendo eventualmente
ser útil, tal como se verificou em diversos momentos da época passada. Puxa Morata
e Jése, dois jovens “canteneros”,
para a primeira equipa enviado um sinal para a formação do clube. Tudo isto desenvolve-se com liderança e promoção da confiança, que deve ser retribuída.
É portanto no âmbito das relações pessoais que a equipa
manifesta a sua maior evolução, o que certamente se manifestará dentro do campo,
onde numa primeira análise parece existir uma maior variabilidade posicional/funcional
entre os jogadores do setor ofensivo, o que se traduz, face á qualidade da
organização de jogo, num acréscimo da imprevisibilidade para os adversários, porque
o que Ozil dá na faixa não é a mesmo coisa que Ronaldo e o que este
disponibiliza no corredor central não pode ser contrariado da mesma da forma que é Higuain.
No seu processo evolutivo, sob o ponto de vista tático, a equipa encontra-se
numa fase de consolidação, onde o espaço para a criatividade é cada vez maior,
pelo que o crescimento da equipa depende muito mais dos homens do que dos
jogadores, porque é a partir da confiança mútua que a equipa poderá aceder a
esse patamar de desempenho.
Não será por isso de estranhar, que numa das conferências
organizadas na Aldeia Olímpica, o treinador da equipa masculina de basquetebol
dos Estados Unidos, na sua preleção salientou a importância da relação humana
para além da relação técnica no âmbito da relação treinador atleta. Não chega
ter bola, é preciso que seja redonda…
1 comentário:
Mister K, além da referência do post, na fotografia tem a mão aberta, mas quando fala no colectivo, cerra o punho, unindo os 5 jogadores!
Outra evidência de que o grupo é que faz a equipa, além de todo o processo de treino e jogo, foi a utilização dos menos utilizados na fase final do Euro, por parte de Paulo Bento.
Referindo que destacou os mesmos, ao longo das conferências de imprensa, onde cada vez mais se começam a ganhar...e a perder jogos!
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