BOLA MESMO REDONDA

NO FUTEBOL TODAS AS VERDADES SÃO DISCUTÍVEIS...ATÉ PORQUE A BOLA NEM SEMPRE FOI MESMO REDONDA...



O TAMANHO INTERESSA ???


Numa análise simplista o jogo de futebol consiste na disputa de duas equipas pela posse de bola com o objetivo de a introduzir na baliza do adversário. Talvez por essa razão, na análise dos jogos a percentagem da posse de bola seja um dos elementos que mais considerados na apreciação do desempenho duma equipa.


No absurdo, se uma equipa conseguir uma percentagem de 100% de posse, tal conquista não lhe garante o controlo do jogo, nem a vitória. No mínimo um empate a zero.... Se não fizer nenhum autogolo!

 
A percentagem, a quantidade de posse por si só é um conceito oco, vazio. Estrategicamente uma equipa pode ceder a posse de bola ao adversário, possibilitando-lhe ter uma elevada percentagem de posse mas sem lhe ceder o controlo do jogo. Neste caso, é a equipa sem posse que manda, através da sua organização defensiva condicionando o adversário, impondo zonas e ritmos de circulação.  A Grécia foi campeã da Europa em 2004 jogando desta forma.

 
A outra forma para controlar o jogo, é através da posse de bola. Mas para que tal aconteça, a posse deve ser efetiva, deve ser o meio para que o jogo aconteça de acordo com os desejos, as necessidades da equipa que a detém, tornando-o naquilo que mais lhe convém sob ponto de vista estratégico, quer seja através da ação individual, aceleração por condução, drible, finta ou a temporização para a desaceleração ou por via da organização coletiva suportada pelo passe, receção, desmarcação.

 
Ao assumir uma posse efetiva, a equipa pode assumir o controlo do jogo, baixando o ritmo de jogo em caso de vantagem no marcador, circulando a bola por zonas que não são de risco em caso de perda ou levando a equipa adversária para zonas mais vantajosas para a criação de situações de finalização. Daqui se influi, que o que determina o controlo do jogo, mais do que a posse de bola, é a capacidade de uma equipa para determinar as zonas de circulação e os ritmos do jogo, o que se verificava de forma clara no Porto de Villas Boas.

 
Não sendo a única opção para o controlo do jogo, a posse de bola efetiva é condição imprescindível para que se possa dominar o jogo, dado que só com bola é possível impor um ritmo de jogo intenso, virado para a baliza, colocando permanentemente dificuldades ao adversário na sua zona de baliza, não o deixando respirar defensivamente…O Benfica de Jesus é um claro exemplo de um equipa dominadora, o que nem sempre lhe permite controlar o jogo.

 
Caso a posse seja requisito para o jogo de uma equipa, a sua gestão é um dos instrumentos para que tal aconteça. Mas não o único, uma vez que para tê-la é preciso recuperá-la, dado que mantê-la durante 90 minutos é uma utopia.

Assim sendo, quanto melhor for a reação à perda (transição ataque-defesa), pressionando de imediato o portador da bola e encurtar os espaços sobre este, melhor será também a probabilidade de a recuperar e melhor será ainda se tal acontecer numa base que sirva de suporte para a posse desejada, onde a forma como se processa a transição defesa-ataque é outros dos instrumentos determinantes nessa intenção e consequentemente garantir as melhores condições de gestão da posse, da organização ofensiva. Face ao exposto s momentos que antecedem a posse são determinantes, para que esta seja mais ou menos efetiva.

 
 
Mais importante do que o tamanho/quantidade da posse, é o que se faz com ela! Isto é, seja  controlar, dominar, alternar entre os dois estados ou até mesmo abdicar dela…pelo que não basta ter a bola, mas quando a temos é preciso que seja redonda….    

1 comentário:

OFB disse...

Há que saber o que fazer quando a temos nos pés...pois como dizia um treinador, "um burro com livros, não deixa de ser um burro!"