Numa análise simplista o jogo de futebol consiste na disputa de duas equipas pela posse de bola com o objetivo de a
introduzir na baliza do adversário. Talvez por essa razão, na análise
dos jogos a percentagem da posse de bola seja um dos elementos que
mais considerados na apreciação do desempenho duma equipa.
A percentagem, a quantidade de posse por si só é um conceito
oco, vazio. Estrategicamente uma equipa pode ceder a posse de bola ao
adversário, possibilitando-lhe ter uma elevada percentagem de posse mas sem lhe
ceder o controlo do jogo. Neste caso, é a equipa sem posse que manda, através
da sua organização defensiva condicionando o adversário, impondo zonas e ritmos de
circulação. A Grécia foi campeã da Europa em 2004 jogando desta forma.
A outra forma para controlar o jogo, é através da posse de bola.
Mas para que tal aconteça, a posse deve ser efetiva, deve ser o meio para que o
jogo aconteça de acordo com os desejos, as necessidades da equipa que a detém, tornando-o
naquilo que mais lhe convém sob ponto de vista estratégico, quer seja através da
ação individual, aceleração por condução, drible, finta ou a temporização para
a desaceleração ou por via da organização coletiva suportada pelo passe, receção,
desmarcação.
Ao assumir uma posse efetiva, a equipa pode assumir o
controlo do jogo, baixando o ritmo de jogo em caso de vantagem no marcador,
circulando a bola por zonas que não são de risco em caso de perda ou levando a equipa adversária para zonas mais vantajosas para a criação de
situações de finalização. Daqui se influi, que o que determina o controlo do jogo,
mais do que a posse de bola, é a capacidade de uma equipa para determinar as
zonas de circulação e os ritmos do jogo, o que se verificava de forma clara no Porto de Villas Boas.
Não sendo a única opção para o controlo do jogo, a posse de
bola efetiva é condição imprescindível para que se possa dominar o jogo, dado
que só com bola é possível impor um ritmo de jogo intenso, virado para a baliza,
colocando permanentemente dificuldades ao adversário na sua zona de baliza, não
o deixando respirar defensivamente…O Benfica de Jesus é um claro exemplo de um
equipa dominadora, o que nem sempre lhe permite controlar o jogo.
Caso a posse seja requisito para o jogo de uma equipa, a
sua gestão é um dos instrumentos para que tal aconteça. Mas não o único, uma
vez que para tê-la é preciso recuperá-la, dado que mantê-la durante 90 minutos
é uma utopia.
Assim sendo, quanto melhor for a reação à perda (transição ataque-defesa), pressionando de imediato o portador da bola e encurtar os espaços sobre este, melhor será também a probabilidade de a recuperar e melhor será ainda se tal acontecer numa base que sirva de suporte para a posse desejada, onde a forma como se processa a transição defesa-ataque é outros dos instrumentos determinantes nessa intenção e consequentemente garantir as melhores condições de gestão da posse, da organização ofensiva. Face ao exposto s momentos que antecedem a posse são determinantes, para que esta seja mais ou menos efetiva.
Mais importante do que o tamanho/quantidade da posse, é o
que se faz com ela! Isto é, seja controlar, dominar, alternar
entre os dois estados ou até mesmo abdicar dela…pelo que não basta ter a bola, mas quando a temos é
preciso que seja redonda….
No absurdo, se uma equipa conseguir uma percentagem de
100% de posse, tal conquista não lhe garante o controlo do jogo, nem a vitória.
No mínimo um empate a zero.... Se não fizer nenhum autogolo!
Assim sendo, quanto melhor for a reação à perda (transição ataque-defesa), pressionando de imediato o portador da bola e encurtar os espaços sobre este, melhor será também a probabilidade de a recuperar e melhor será ainda se tal acontecer numa base que sirva de suporte para a posse desejada, onde a forma como se processa a transição defesa-ataque é outros dos instrumentos determinantes nessa intenção e consequentemente garantir as melhores condições de gestão da posse, da organização ofensiva. Face ao exposto s momentos que antecedem a posse são determinantes, para que esta seja mais ou menos efetiva.
1 comentário:
Há que saber o que fazer quando a temos nos pés...pois como dizia um treinador, "um burro com livros, não deixa de ser um burro!"
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